Em 68, a sociedade se comoveu com a morte do estudante Edson Luís e foi para as ruas. Não era sobre esquerda ou direita, bolsa-família ou estado mínimo, coxinhas ou mortadelas, corrupção dos meus ou dos teus. Era sobre civilização versus barbárie. Goste você ou não do PSOL, não podemos aceitar viver num país onde a polícia executa políticos eleitos em via pública. Ainda mais nesse contexto medonho, de cidade ocupada por militares. Não podemos assistir esse trajeto ladeira abaixo passivamente. Se há uma hora para descartar bandeiras polarizantes e ir para a rua fazer número, mostrar que existem limites, que não se aceita a barbárie, como sociedade em peso, esse momento é agora. Vai lá, sério. Essa causa é de todos nós, esse luto é de todos nós*. A ameaça à Democracia deixa de parecer uma abstração quando parlamentares estão sendo emboscados e levando cinco tiros na cabeça, não? Não deixe essas manifestações de hoje parecerem “um ato do PSOL”. Bora lá, Brasil.
*O silêncio acaba reforçando o discurso do lado de lá: dos que estão aplaudindo esse horror, dizendo "bem feito, quem mandou defender bandido". É com esses que você quer se identificar? Pra rua! Hoje, já.